domingo, 26 de julho de 2020

Descolonização dos saberes africano


UNIVERSIDADE LICUNGO – EXTENSÃO DA BEIRA
Licenciatura Em Psicologia Educacional
Fundamentos Da Pedagogia
Descolonização dos saberes africano
Algumas das principais consequências do colonialismo foram: a expropriação de territórios em escala maciça, a destruição de povos e culturas locais, a transformação de africanos e nativos americanos em escravizados, a colonização da áfrica e da ásia e a ascensão de racismo não apenas nos territórios escravizados, mas dentro da própria europa.
Hulme (1986) definiu o discurso colonial como um conjunto de práticas linguísticas unidas por uma visão comum das relações coloniais. O conjunto discursivo para Hulme inclui desde a documentação burocrática até os romances, e compõe o mundo não europeu para a Europa. Os povos e os grupos cuja identidade foram forjadas no caldeirão colonial: os africanos, os asiáticos e os povos nativos da américa, assim como aqueles que foram deslocados pelo colonialismo são as vítimas mais óbvias do racismo. Podemos definir o racismo como a tentativa de estigmatizar a diferença com o propósito de justificar vantagens injustas ou abusos de poder, sejam eles de natureza económica, política, cultural ou psicológica.
É a partir, portanto, do afrocentrismo, que consiste na construção de uma perspetiva teórica radicada na experiencia africana, que romperemos com a afirmação de uma ausência e consequentemente com o racismo da surpresa. O afrocentrismo difere do eurocentrismo, porque propõe o resgate e a reconstrução de um centrismo africano, mas não assume postura universalista, ou seja, o afrocentrismo não propõe que os seus elementos sejam universais e aplicáveis a outras experiências humanas. A tarefa académica afrocêntrica consiste em estudar, articular e a afirmar aquilo que diferencia o ponto de vista africano identificando ao mesmo tempo, os postulados supostamente universais do eurocentrismo.
No século XVIII, quando foi decifrada a famosa Pedra Roseta chave do conhecimento dos antigos egípcios, inscrita em hieróglifos se comprovou que praticamente todo o conhecimento cientifico, religioso e filosófico da Grécia antiga teve origem no Egipto, ou seja, na própria África. A Europa colonialista, que fundamentava a justificativa ética da escravidão na inferioridade dos africanos, não deixou transparecer essas verdades.
Criou-se, também a teoria equivocada de que as populações negras do Egipto foram conquistadas, e até escravizada por povos arianos, semitas e asiáticos, que lhe teriam ensinado a Civilização.
Portanto, a situação que temos é que a história foi escrita, mas na realidade ela foi assim distorcida, as pesquisas mostram que o verdadeiro pai da medicina não foi o Grego Hipócrates, responsável até hoje pela convenção do chamado ‘‘juramento de Hipócrates’’. O verdadeiro pai da Medicina foi o cientista clinico egípcio Imhotep, que há três mil anos a.C, já practicava grande parte das técnicas básicas da Medicina, conhecendo também a vacinação e a farmacologia. Além da Medicina, uma outra ciência que já estava presente no saber africano é a Astronomia. Pesquisas feitas no Quénia, em 1978, pela equipe de Lynch e Robbins da Universidade de Michigan encontraram restos de um observatório astronómico. Eles concluíram que as evidências atestam a complexidade do desenvolvimento cultural pré-histórico na África-subsaariana.
Só recentemente com estudos de pesquisadores africanos, tais como Cheilk Anta Diop, Hampatê Ba, Theophile Obenga Ivan Van Sertina, Basil Davidson, Kabenguele Munanga, entre outros, é que se inicia um processo de registro dessa historia distorcida, e ainda dominante no imaginário populacional.
Os africanos com o seu conhecimento náutico estiveram nas américas muito antes de Colombo e Cabral. Desde 1862, as pesquisas históricas, etnológicas, craniológicas, botânicas, arqueológicas, oceanográficas, filosóficas, de historia natural e de linguística tem trazido, muito muito a contragosto de pesquisadores, intelectuais e governantes ocidentais, a importância que os africanos marcaram para as civilizações pré-colombianas.


Psicopenga.blogspot.com

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